Já faz algum tempo que a banda Restart é conhecida na internet e na MTV. Mas foi só depois de ter uma sessão de autógrafos cancelada – e do vídeo em que uma fã diz que foi “uma puta falta de sacanagem” – que o grupo se tornou conhecido até por quem não dá a mínima para a música pop.
Com fãs na Argentina, Espanha e Chile, o Restart acabou de gravar músicas em espanhol e se prepara para se lançar no mercado latino americano. Com a agenda tão cheia, os garotos do grupo não têm tempo nem para acompanhar a Copa do Mundo. O Abril.com conversou com Pe Lu, vocalista e guitarrista da banda, pouco antes da estreia do Brasil no Mundial. E em vez de se preparar para ver a partida, os meninos estavam correndo para o estúdio. “Não tem jogo do Brasil que faça a gente parar”, disse, conformado, o músico. Confira abaixo a entrevista com Pe Lu:
Abril.com: Vocês acabaram de gravar músicas em espanhol. A ideia é lançar a banda na América Latina?
Pe Lu: Sim. A gente já tinha gravado “Leva Comigo” em espanhol e agora entrou em estúdio para gravar “Recomeçar”, na versão acústica e versão banda. A gente já colocou o “Leva Comigo” na internet para ver qual seria o feedback da galera e, pelo que vimos, o pessoal curtiu para caramba. A gente deve preparar cinco ou seis músicas para lançar no mercado. Mas é tudo aos poucos, de acordo com o que nossos fãs vão devolvendo para não dar um passo maior que a perna.
E você sabe dizer como foi que o Restart ganhou fãs fora do Brasil?
É uma boa pergunta. Eu acho que o Myspace é internacional. E do mesmo jeito que a gente conhece bandas gringas pelo site, o inverso também rolou. A galera entrou no site e achou a gente. Internet é assim mesmo, a gente faz uma coisa aqui e um cara no Japão está vendo. A gente tem fã-clube em Portugal muito forte, também no Chile, Argentina, Estados Unidos, na Espanha… Tem fã-clube por toda a parte.
Falando nos seus fãs, em um vídeo feito para a MTV vocês pedem para o pessoal parar de brincar com a menina do “puta falta de sacanagem”. Foi pedido dela?
Na verdade, a ideia do vídeo foi nossa com o pessoal da MTV. É que essa história do “puta falta de sacanagem” era uma coisa engraçada e legal no começo. Mas depois começou a ficar debochado. Então a galera começou a pegar pesado com a menina. Todo lugar que a gente ia, colocavam a menina com a gente, os outros fãs começaram a ficar enciumados e, em vez de apoiar, começaram a se virar contra ela. E o destaque que teve isso não foi nada que a gente planejou. Enquanto estava engraçado, era legal, mas quando passou a ser deboche com a menina, não. Acabaram dando um tamanho para a situação maior do que realmente precisava.
Mas você não acha que essa história foi boa para a banda, pois fez com que o Restart ficasse conhecido até por gente que nunca ouviu suas músicas?
Eu acho que é meio complicado pensar assim. Até um ponto foi legal, porque foi um marco bacana para a banda, uma tarde de autógrafos que não aconteceu porque tinha três mil pessoas na Paulista. É legal, porque você vê o resultado do trabalho. Mas a “puta falta de sacanagem” não acrescentou muito público, chamou atenção para a banda, mas não quer dizer que as pessoas vão ouvir nossa música. Ainda falando dos fãs, como é a relação de vocês com eles? Vocês usam a internet para conversar com a galera?
No começo da banda, a internet era nosso único meio de divulgação. A gente usava tudo que podia, myspace, fotolog… Quando a banda começou a crescer e a gente foi para o rádio e a televisão, a internet passou a ser um meio para falar com a galera. Como a gente não consegue falar com todo mundo no show ou na tarde de autógrafos, tenta diminuir um pouco essa distancia pela internet. Os fãs são as pessoas mais importantes para a gente, são eles que fazem tudo isso acontecer. Todo carinho e atenção que puder dar, vamos dar.
Vocês se preocupam com o visual? De onde vem a inspiração?
O visual foi uma coisa natural. A gente já gostava de coisas divertidas, diferentes, roupas coloridas. Quando foi fazer a primeira sessão de fotos, pensamos em colocar muita roupa colorida num fundo branco. Quando vimos o resultado das fotos, ficou bem legal, tem tudo a ver com a gente, como banda e como pessoa. Nós todos somos moleques, brincalhões… A gente usa essas calças coloridas porque gosta mesmo.
O que vocês acham da piada que está rolando na internet, dizendo que o Tiririca inspirou o visual de vocês?
Eu vi isso daí e acho que pode ter a ver também. O visual é bastante oitentista. Bastante do glam rock, tipo Skid Row, Twisted Sister, David Bowie. Até os Beatles gostavam de roupas coloridas e chamativas. O colorido não é exclusividade nossa nem do Tiririca, é algo que a gente está revisitando.
Vocês todos têm entre 18 e 19 anos. Pensam em fazer faculdade, investir em alguma outra carreira, ou o foco é só na banda?
Acho que a gente está só pensando na banda. Eu até cheguei a entrar na faculdade e parei. Mas é por falta de tempo mesmo. Todo dia temos gravação, entrevistas, shows… Acho que quando você faz uma faculdade, está investindo na profissão que quer seguir. A gente sempre quis ser músico e está investindo nisso.
Fonte: http://extra.globo.com/
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